Fluminense, é uma das grandes promessas da música pop do Brasil. Às vésperas de lançar seu primeiro CD, Ludmilla está no topo das músicas mais tocadas atualmente, com o hit ‘Hoje’. Há cerca de oito meses, ela abandonou o antigo nome artístico de MC Beyoncé e assinou com uma gravadora, a Warner, que está investindo pesado em seu talento. O cachê, há um ano, não passava de R$ 2,5mil. Atualmente está em R$ 15 mil e a previsão é que, já em setembro, esteja em R$ 50 mil. Na conversa com a cantora, pude perceber que, apesar de tudo isso, Ludmilla ainda é uma menina, inocente e ingênua, como uma pedra preciosa, ainda a ser lapidada.
Vamos começar com você se apresentando?
Vamos, sim. Eu comecei a cantar quando tinha 8 anos. Nasci aqui no Rio, morei alguns anos em Irajá e passei boa parte da infância em Caxias, onde estou até hoje. Minha avó ouvia muito Emílio Santiago e Alcione. Eu adorava imitá-los! Comecei a frequentar pagodes com a minha mãe, que sempre acompanhou meu padrasto, que é músico. Uma vez, teve uma festa na nossa rua e eu cantei. Virei cantora da rua e comecei a ser chamada para as chopadas do bairro. Meu tio é produtor e conhecia um empresário do funk. Foi daí que começou: eu gravei uma música, mas uma outra funkeira também gravou e lançou. Fiquei triste e pensei até em desistir. Foi aí que cheguei em casa e comecei a escrever de madrugada outra música, a ‘Fala Mal de Mim’.
Isso com quantos anos?
Com 16 anos. Lembro que, logo que produzimos a música, começamos a pensar no nome. Ludmilla não ia pegar mas, como eu sou fã da Beyoncé, eles começaram a me chamar pelo nome dela. Um mês depois fui fazer show em São Paulo e as minhas redes sociais já estavam bombando. A agenda de shows era lotada a semana toda. Em média, levava 25 minutos cada show. Eu tentava ir para escola e não conseguia… Era muito assédio.
Você participou do ‘Esquenta’ nessa época, não foi?
Foi. Eu cheguei de São Paulo e já tinha gravação marcada. Eu não sabia nem o que fazer lá. Fiquei nervosa porque não sabia o que iria acontecer, o que a Regina (Casé, apresentadora) iria falar… Eu cheguei lá e todo mundo queria tira foto comigo. Não entendi nada (risos). Foi a Regina que me apresentou para o Brasil. Isso tem quase dois anos.
Você ficou nervosa?
Fiquei, me deu uma tremedeira nas pernas… Foi Deus que me deu forças e eu me apresentei bem. Depois disso fui chamada para vários outros programas, como o da Xuxa, Raul Gil e Eliana. Viajei muito para fazer shows.
Você mora com sua mãe?
Não, agora não mais. Moro sozinha, mas é pertinho. Lá não tinha espaço para as coisas que eu tinha de show e tal. Agora estou numa casa de dois andares e um quarto é só para as roupas.
Você é do tipo que repete muita roupa?
Eu gosto, sabia? Quando curto um ‘look’ quero usar a semana toda! Não ligo para essas coisas de repetir, não.
Você tem contato com seu pai?
Sim, tenho. Sou a caçula do meu pai e a filha mais velha da minha mãe.
Hoje como está a sua vida? Você faz tudo normal como antes?
Não. Esta semana, quando eu cheguei de um ensaio, tinha um monte de criança fazendo coro na porta da minha casa. Isso lá em Caxias, onde eu moro. Não entendi nada, achei graça.
A fama te assusta?
Não me assusta, mas é novidade. É isso que eu quero para minha vida. Estou curtindo cada novidade. Antes eu ficava travada, mas agora eu gosto. Sempre sonhei ser famosa, mas nunca imaginei que iria acontecer.
Para que você não ligava antes e hoje liga?
Eu tinha uma maquiagem única para todos os shows da noite. Agora eu desço do palco e refaço a maquiagem e o cabelo.
Com o cabelo você sempre foi vaidosa?
A vaidade do cabelo é por causa da minha mãe. Por mim eu saía de qualquer jeito. Ela é que fica no meu pé.
Você usa aplique, certo?
Na verdade, é megahair.
É caro?
É, sim. Eu não sei o preço exatamente porque sempre mudo o tamanho.
É o preço da fama, né?
Eu ganho muito presente. Agora, várias empresas procuram para me vestir, mas estou exclusiva de uma marca de Fortaleza. Sou embaixatriz da marca. Foi surreal. Fizeram coquetel e tudo.
O cabelo agora sai de graça?
Não! Só o megahair que ainda não é patrocinado (risos). Mas já temos algumas propostas.
Esse é o lado bom?
É, sim.
E tem também as festas que antes você não frequentava e hoje é convidada, não tem?
Verdade. Teve o aniversário da Carol Sampaio, no Copacabana Palace, que ela me chamou para cantar. Eu não acreditei, pensei que ela estava me confundindo. Ela é famosa, amiga de artistas, imagina… Quando cheguei lá parecia que todos os atores, de todas as novelas, estavam lá. Do nada, eu estava passando e a Ana Carolina, aquela cantora, me pegou pelo braço. Na hora veio na minha cabeça. “Putz, esbarrei na mulher”. Que nada, ela veio me chamando pelo nome e me convidando para cantar num churrasco na casa dela no dia seguinte. Ela pegou meu telefone e convidou até os meus amigos. No aniversário da Regina Casé, a Glória Maria ficava babando me vendo dançar hip hop. Ela disse que as filhas adoram a minha música.
Teve alguém que você sonhava conhecer?
A Regina eu tinha muita vontade. A Xuxa também. Ela tem uma luz maravilhosa. Fiquei sem reação. Eu chorava muito nos shows do Belo e quando o conheci eu só chorava. Quando ele pegou na minha mão eu quase tive um treco. Agora ele é meu amigo.
Como foi feita a música ‘Poder da Preta’?
Eu fiz a música sozinha. Depois que li, na hora pensei na Preta Gil. Conversei com ela da música e, no aniversário dela, eu cantei. Mas não sei ainda se ela vai gravar também.
E a parceria com o Belo?
Meu empresário, Alexandre (Baptestini), nos apresentou como artista. Ele gostou muita da minha voz e sugeriu de fazermos algo juntos.
Qual é o seu sonho profissional e financeiro?
Queria uma mansão com piscina, churrasqueira e tudo o que tem direito. Profissionalmente, eu queria cantar com a Beyoncé e que minha música fosse conhecida no mundo todo.
Nessa mansão você iria levar sua família para morar junto?
Então, eu teria que ter duas mansões, uma para mim e outra para minha mãe. Gosto muito mais de festa do que minha mãe.
Qual a parte ruim da fama?
Privacidade. Não perdi tanto, mas a tendência é piorar.
Você tem tempo pra a vida pessoal?
Minha melhor amiga vai ter uma festa surpresa e eu não vou participar.
Quantos namorados você já teve?
(Gastou alguns segundos contando em uma das mãos). Tive quatro namorados. Comecei a namorar com 15 anos e o último terminou no mês passado, por causa da correria. Fui eu que pedi para terminar mesmo. Sou amiga de todos, menos do primeiro.
Por quê?
Não sei. Fomos nós dois que terminamos.
Você percebe quando alguém chega em você só porque é famosa?
Claro! Eu percebo logo a maldade das pessoas. Quando você aparece na mídia, tem que ser mais maldoso com tudo e com todos. Infelizmente é isso o que acontece.
Você é muito inocente ainda, né?
Sim, sou muito menina ainda.
Você é baladeira?
Gosto de boate para dançar e zoar. Curto gente extrovertida.
O que você não gosta no funk?
Tem gente que faz umas batidas e vozes chatas. Gosto daquela batida clássica.
Do primeiro funk que você fez, ‘Fala Mal de Mim’, para hoje, você está mais light, não está?
Não é que seja mais light, acho que foi a qualidade do som que mudou. O papo é o mesmo. Agora tem saxofone, piano e um monte de coisa. Agora tem uma produção.
Qual é sua maior qualidade?
Não sou falsa, sou boa de coração e falo o que penso.
Qual é o seu defeito?
Preguiça de acordar. Agora eu levanto cedo, tipo 10h. Para mim, a vida podia começar às 17h (risos).
No mundo do funk tem muita rivalidade?
São muitos artistas, mas acredito que tem espaço para todos.
Você gosta do trabalho de quem do funk?
Gosto do Nego do Borel, Anitta, Buchecha, Valesca Popozuda, Naldo e do MC Maneirinho.
O que as pessoas podem esperar do seu CD?
Vai ter bastante animação, jogar pra cima as meninas e mostrar a força feminina.
Ele é a realização de um sonho?
Sim, era o meu maior sonho. Minha mãe juntava dinheiro, mas não sabia nem quem procurar para produzir.
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