Jornal norueguês acusa o TIDAL de falsificar reproduções de álbuns de Kanye West e Beyoncé

Desde que JAY-Z comprou o TIDAL, plataforma de streaming de música baseada na Noruega, muito tem se falado sobre o sucesso da empresa, agora sob os cuidados do magnata da música e dono da
Roc Nation.
E em janeiro de 2017, o jornal norueguês Dagens Næringsliv iniciou uma investigação sobre os números de reproduções, e posteriormente de pagamento de royalties, revelados pelo TIDAL para seus dois principais lançamentos desde 2015: os álbum “The Life of Pablo”, do Kanye West, e o “Lemonade”, de Beyoncé.
Com mais de um ano de investigação, o jornal atualizou suas acusações de que o TIDAL teria sim falsificado reproduções dos álbuns de Kanye e Beyoncé, levando a um pagamento excessivo de royalties.

Para se ter uma ideia, em março de 2016, o TIDAL revelou que o “Life of Pablo” havia sido reproduzido 250 milhões de vezes em 10 dias. Com 3 milhões de assinantes, número revelado também naquele mesmo mês, cada usuário da plataforma teria que reproduzir o disco do Kanye West oito vezes por dia para chegar a esse número. A mesma suspeita caiu para o “Lemonade”, de Beyoncé, que, segundo o TIDAL, foi reproduzido 306 milhões de vezes em seus primeiros 15 dias.
Os relatórios do jornal, que foram feitos com base em um disco rígido recebido de forma ilícita e que continha dados internos do TIDAL, levaram à entrada de empresas confiáveis de medição e pesquisa da indústria fonográfica, como a empresa Midia, que em sua pesquisa constatou que o número de assinantes mundiais do TIDAL, em janeiro de 2017, era de apenas 1 milhão.
A Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, por meio do Centro de Segurança Cibernética e de Informação, fez uma investigação sobre os dados obtidos pelo jornal Dagens Næringsliv, e afirmou: “Nós avançamos com a análise de dados que determinou que houve sim uma manipulação dos dados do TIDAL em algumas ocasiões.”
“A manipulação aparece com foco em uma série específica de IDs de faixas, relacionadas a dois álbuns distintos”, concluiu o comunicado do Centro. Ainda segundo a análise da Universidade, mais de 1.3 milhões de usuários passaram por essa manipulação, que colocou em seus históricos reproduções de várias músicas ao mesmo tempo.
O TIDAL segue negando as acusações de manipulação de seus números e acusa a análise da Universidade Norueguesa de ser baseada em falsas suposições.

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