Katy Perry vai trocar a máquina de hits pelo conceitual no álbum novo?

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Uma música inédita da Katy Perry, intitulada “Witness”, foi divulgada por um hacker e sacudiu a semana dos katycats. É só uma demo, na verdade, mas quase todos os comentários demonstravam
surpresa com a sonoridade. Estaria a popstar trocando a máquina de hits por algo mais… conceitual? É a nova tendência do mercado, afinal. Rihanna, Beyoncé, Zayn e até Justin Bieber entregaram álbuns que fogem à fórmula milimetricamente concebida para bombar nas rádios (e, ainda assim, estão bombando – e muito). Katy Perry vai virar conceitual, também?
Quem acompanha a carreira da americana sabe que ela diz que é “uma compositora disfarçada de popstar”, o que é muito significativo. Quando estava criando seu último álbum, “PRISM”, lançado em 2013, ela chegou a dizer que entregaria músicas mais sombrias. Mas, trabalhando com Dr. Luke e Max Martin, entregou uma metralhadora de hits #1, como “Roar” e “Dark Horse”.
Logo após o lançamento desse álbum, Katy Perry disse que o próximo poderia ser um disco acústico, para que ela fizesse uma turnê de voz e violão. O produtor William Orbit, do aclamado “Ray of Light” da Madonna, declarou seu interesse em elaborar canções acústicas com ela. Em 2014, a cantora falou: “Estou esperando para usar esse recurso em alguns anos, e vai ser muito empolgante. Sei que tenho essa carta na manga há muito tempo. Não tenho que provar nada a ninguém, porque sei quem eu sou”. Sinalizou, portanto, a vontade de fazer algo diferente do pop chiclete que anima as pistas de dança.
No mesmo ano, Katy se aproximou da cantora country Kacey Musgraves. Fez uma capa da Billboard com ela, gravou um especial de TV junto com a artista e a contratou para a abertura da “Prismatic World Tour”. Seria o country um caminho? Mais recentemente, ela se voltou novamente ao gênero, ao se apresentar com Dolly Parton na Academy Of Country Music (ACM) Awards.
É importante lembrar que, no intervalo entre “PRISM” e o próximo álbum, Katy abriu sua própria gravadora, a Metamorphosis Music, uma joint venture com a Capital Records. Certamente, ter seu próprio selo lhe dá mais liberdade criativa e autonomia, embora seu foco seja investir em novos artistas.
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A cantora trabalha com a Capitol desde o primeiro álbum pop em 2008 (houve um gospel em 2001). Atualmente, ao lado de Rod Stewart e do catálogo dos Beatles, ela é o nome mais rentável da gravadora. É compreensível, então, que os executivos a cobrem por músicas de potencial radiofônico. A empresa não espera de Katy nada menos do que um punhado de hits #1. Ela é boa nisso.
Com “Teenage Dream”, ela se igualou ao Michael Jackson ao conseguir colocar cinco singles do mesmo disco no topo da Billboard Hot 100. Virou uma marca. Katy é a cantora de singles populares. Ela, no entanto, já indicou que não se cobra para repetir esse feito. “É bom, mas não acontecerá sempre. Não vou cantar algo que não se pareça comigo só para ter o #1. Isso não é música. Isso é matemática e eu não quero fazer isso”. Os executivos, porém, podem querer.
“Witness” indica uma experimentação e, pode-se dizer, uma busca por inovação dentro da própria discografia. O resultado desse processo, o álbum em si, é previsto para o fim do ano, e deverá refletir a negociação entre a necessidade da cantora de buscar novos caminhos e a cobrança da gravadora por hits potenciais. Para os fãs, é melhor aguardar o lançamento do primeiro single oficial para ter uma ideia mais clara do que está por vir. Dizem que a música pode sair até o fim de setembro – visando uma candidatura ao Grammy.

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