“Estou dando o melhor de mim, porque sei que os gays são muito exigentes”, diz Ludmilla

Alçada ao sucesso com músicas de funk retrabalhadas para o universo pop (ela chama de “funk pop”), a cantora Ludmilla fechou 2014 com um convite especial. Foi responsável pelo primeiro show da
reinauguração da boate gay The Week Rio, como grande atração do aniversário de quatro anos da festa Wallpaper. Para ela, não poderia ser diferente. “Minha relação com os gays é a melhor! Estou cada vez conquistando mais eles, e eles me conquistando também”, disse, em entrevista exclusiva ao POPLine. “Estou dando o melhor de mim, porque sei que os gays são muito exigentes”.
As exigências vão desde a setlist do show até o comportamento da artista no palco. Para agradá-los, Ludmilla incluiu um bloco especial com músicas internacionais na apresentação. Cantou três da Beyoncé (“Irreplaceable”, “Best Thing I Ever Had” e “Halo”) e uma da Rihanna (“We Found Love”). Não foi exatamente um sacrifício, já que ela é fã das duas. Seu nome artístico, antes, era Mc Beyoncé, afinal. “Eu amo, né?”. Além disso, ela tenta se soltar mais nas performances, porque o publico cobra “mais carão”. “Eles pedem para ser mais diva. Eu sou tímida e eles ficam pedindo ‘se solta, bate cabelo!’. Essas coisas”.

Sentada em um sofá no camarim uma hora antes do show (que começou às 3h da madrugada), Ludmilla recebeu a equipe do site envolta em um roupão com seu rosto estampado. Debaixo dele, já era possível ver o figurino da apresentação: um vestido preto justo, com detalhes em prata. Simples e atenciosa, ela passa verdade em cada palavra que fala, mas não consegue desgrudar do celular. Assim que acaba a entrevista, responde mensagens no Whatsapp. Entre uma e outra, ela também recebeu a visita da cantora Lorena Simpson, que acabou convidada para subir no palco para um dueto: cantaram “Na Batida” da Anitta, outra amiga dela (veja o vídeo aqui).
No próprio camarim, é fácil perceber o entrosamento da Ludmilla com os gays. Seu melhor amigo, que é homossexual, trabalha com ela. “Conheço o Marcos de antes da fama e ele é meu produtor. É um produtor muito pessoal. Amigão mesmo”. Descontraída, ela conta uma história sobre um amigo que se dizia heterossexual e recentemente se assumiu gay. “Conheço-o desde pequena. Todo mundo dizia que ele era gay, e eu dizia que não, brigava com as pessoas, porque ele falava ‘Amiga, sou homem mesmo’. Eu acreditava, né. Mas depois que ele se assumiu, ficou mais legal ainda, porque ele era muito parado, ficava se escondendo, sabe?”.
ludmilla “Estou dando o melhor de mim, porque sei que os gays são muito exigentes”, diz Ludmilla
>> Ludmilla está com clipe de “Te Ensinei Certim” gravado para estreia em 2015.
Por conta disso, ela não titubeia quando o assunto é casamento entre pessoas do mesmo sexo e criminalização da homofobia. É favorável a ambos. “Tem que existir lei para essas pessoas preconceituosas, porque cada um tem sua vida e faz o que quiser”, opina. “Não me importaria de ter um filho gay. Vindo com saúde e sendo educado está bom para mim”.
Super profissional, ela pretende estreitar ainda mais os laços com todos os públicos em 2015. “Quero trabalhar muito, mais do que esse ano. Ficar mais cansada do que fiquei em 2014. Quero minhas músicas na boca do povo. E quem sabe um possível DVD, se eu for muito bem, é um projeto”, adianta a cantora. Para isso, não falta dedicação e responsabilidade. No fim da entrevista, ela revela que está com dor de estômago, mas não reclama. Ainda grava vídeos, posa para fotos e recebe as pessoas no camarim. No show, os fãs têm o que querem: muita dança, muita Beyoncé e muito carão. Nenhum resquício de dor.

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