Poesia ( Medo e medos )

Não tenho mais direito ao medo.
Sou um homem feito.
E, de cabeça erguida,
tenho de enfrentar todas as guerras,
todos os monstros e infernos,
todas as feras e fantasmas.

Só no meu canto, no meu quarto,
posso expor meu medo
ou mentir para mim mesmo,
dizendo que não temo nada.

Se eu abrisse o jogo
e falasse de todos os meus medos,
será que eles sumiriam?
Ou zombariam mais dos meus medos?

Seria tão fácil decretar a morte
de todos os meus medos...
Só que vou aprendendo que eles
vão diminuir com o tempo,
mas não morrerão nunca jamais.

De: Elias José
Com Adaptações De : João Henrique 
Timótio

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