MCs do tráfico pregavam união de facções como contra-informação

Os quatro MCs presos nesta quarta-feira (15) durante uma operação da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) ajudaram os traficantes da maior facção do Rio de Janeiro a divulgar informações sobre a suposta união com um grupo rival, o que, para a polícia, foi uma estratégia de contra-informação dos criminosos.
O delegado Ronaldo Oliveira, do Departamento de Polícia Especializada, disse não ter nenhuma prova da união dessas facções.
- O que eles fizeram foi contra-informação. Eles divulgaram essas informações para confundir a polícia. Pretendiam fazer com que a população das favelas acreditasse nisso para confundir as investigações.
A delegada Helen Sardenberg, da DRCI, disse que os próprios MCs admitiram que a divulgação dos funks foi uma estratégia do tráfico. Para ela, a prisão dos traficantes não aconteceu por causa das músicas, mas sim pela apologia que eles faziam do tráfico.
- Eles utilizavam a música para enaltecer os criminosos, incentivavam os jovens a roubar motos, carros, citando inclusive os modelos a serem roubados em suas letras, os preferidos dos traficantes.
Segundo a policial, a ocupação do Alemão ajudou o trabalho da polícia, já que possibilitou que fossem feitas apreensões nas casas dos MCs Frank, Smith, Max e Tikão, onde foram recolhidos CDs, DVDs, computadores, cordões, pulseiras e anéis de ouro, além  de uma agenda com anotações de shows.
Helen disse ainda que, além vídeos e arquivos de áudio baixados na internet, a polícia conseguiu interceptar a freqüência de rádios piratas dentro do Complexo do Alemão, que tocavam os chamados proibidões. Policiais disfarçados também conseguiram filmar alguns bailes realizados na comunidade.
- Eles faziam uma espécie de marketing do tráfico, exaltando seus líderes e passando para os jovens as mensagens dos traficantes, além de ridicularizar o trabalho da polícia. Tivemos dificuldades para juntar provas porque eles proibiam que os bailes fossem filmados.
Os funkeiros foram indiciados pelos crimes de incitação ao crime, apologia ao crime, associação ao tráfico e formação de quadrilha.
O MC Smith também foi indiciado em um inquérito da Delegacia de Irajá por estupro de vulnerável e corrupção de menor porque foi encontrado com uma menor de 13 anos, com quem admitiu manter relações sexuais.
O MC Didô também foi indiciado pelos mesmos crimes, mas ainda está foragido. Alguns dos vídeos divulgados na internet têm mais de 400 mil acessos. Assista ao Video:

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