Destaque na Dança dos famosos, Nego do Borel vê seu cachê pular para R$ 80 mil

Juntar John Lennon com Michael Jackson dá Leno Maycon, mas pode chamar de Nego do Borel. O funkeiro não alcançou a projeção mundial do ex-beatle nem a marca histórica do Rei do Pop, mas
com “nome de artista que nasceu para brilhar”, como ele mesmo constata, tem se destacado cada vez mais no cenário nacional. Basta dar uma olhada nos números de sua carreira meteórica.
Com 25 shows por mês, mais de três milhões de seguidores no Instagram, cinco milhões no Facebook e 175 milhões de visualizações em videoclipes, o ex-catador de latinha, que agora é do elenco de “Malhação”, viu seu cachê saltar de R$ 50 mil para R$ 80 mil (dependendo do show) ao cair nas graças do público com seu bailado na “Dança dos famosos”, do “Domingão do Faustão”.
— Estou muito realizado. Tenho minha casa (avaliada em R$ 2 milhões), sou ator da Globo, estou na “Dança dos famosos”... Isso vai muito além do que eu sonhava. E mais coisas boas estão vindo por aí. Se Papai do Céu falasse hoje “Para”, eu pararia satisfeito pra caramba — afirma o cantor.
A convite da Canal Extra, Nego comemora essa maré tranquila e favorável dançando embaixo d’água num ensaio inspirado no clássico do cinema “Cantando na chuva”, protagonizado por Gene Kelly:
— Sempre tive molejo. Na comunidade, inventava umas coreografias loucas, de outro mundo. Nos meus shows, tenho um balé, mas nada é igual à “Dança”. Está difícil. Às vezes, só tenho três dias para ensaiar. É muita correria: shows, textos para decorar... Mas estou dando o meu melhor. Agora vamos para o mata-mata (fase de eliminação).
Na disputa pelo primeiro lugar, é preciso, além de ritmo, ter jogo de cintura para não se deixar abater pelo julgamento em rede nacional. E o cantor está sentindo na pele essa pressão.
— É como se eu voltasse a ser criança, quando minha mãe me encostava na parede e dizia: “Fala a verdade”. Faz anos que eu não sentia o que estou sentindo quando fico diante do júri e da plateia. Uma coisa é estar no funk, que não tem ninguém para te julgar, é só cantar e pronto. Na internet, você vê os comentários só se quiser. Outra coisa é encarar o monstro de frente e não poder fazer nada. Uns falam bem, outros, mal, mas é para a gente melhorar. Tudo ali é válido, é um aprendizado — avalia.
Fora do palco, Nego já teve que rebolar para driblar a fome. Antigo morador de um dos “barraquinhos mais humildes do morro do Borel”, o funkeiro lembra que precisou abandonar a escola na 4ª série para trabalhar e ajudar no sustento da casa. Segundo ele, sem a música, estaria perdido.
— Cantei em ônibus, rodei em mototáxi, fui cobrador de kombi... Cheguei a passar fome. Só minha avó trabalhava e tinha oito nas costas dela. Às vezes, a gente só almoçava, não jantava. Eu morava perto da Floresta da Tijuca e tinha uma lixeira atrás da casa. Então entrava rato, cobra... Mas era um barraco arrumadinho. Se eu não tivesse tido essas oportunidades, eu estaria morto, igual à maioria dos meus amigos. Papai do Céu me salvou. Deus foi muito bom comigo — reconhece.
Para fugir das tentações e riscos do tráfico e das drogas, o carioca, de 24 anos, decidiu, após testemunhar muitas perdas, que queria fazer diferente:
— Eu vi muitos amigos morrendo, sendo presos, as famílias chorando... E eu chorava muito também. Tomei aquilo como exemplo e não quis para minha vida. Decidi vencer, dar orgulho para minha mãe (Roseli Viana) e minha avó (Neli Gomes). Então comecei a fazer evento, torneio de futebol dentro da comunidade, foquei na música, no meu lado artístico. Graças a Deus, consegui me desvincular e não segui o mesmo caminho que eles.
“Malhação”, afirma o funkeiro, lhe deu uma noção de responsabilidade até então desconhecida, o que foi fundamental para seu amadurecimento:
— Antes eu postava foto no banheiro, no vaso, agora não (risos). Sou mais estiloso! Se eu chegasse a determinados lugares, onde vou hoje, cheio de cordões, pulseiras, na malandragem de alguns anos atrás, não seria legal. A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi “Malhação” — sustenta Nego, explicando que o trabalho na novela lhe trouxe disciplina: — Passei muito tempo sem ter um compromisso sério, nem no quartel, porque eu sempre fui dono de mim. Fazia o que queria! “Malhação” parece uma clínica de tratamento. Você chega com uma mente e sai com outra totalmente diferente. Me ajudou muito como pessoa.
NEGO CONQUISTADOR
De volta aos braços de Crislaine Gonçalves, com quem está, entre idas e vindas, há dois anos, Nego se acha romântico, diferentemente do personagem Cleyton, da novela adolescente.
— Cleytinho é o Nego do Borel da antiga, meio louco. Eu sou um cara carinhoso quando estou com a minha namorada — compara, ressaltando: — Estou namorando. Estamos de boa.
Mas o perfil à moda antiga, do tipo que manda flores, não faz o seu estilo:
— Sou mais do clima de beber um negocinho, trocar umas ideias... Tento mandar flores, mas sou mais enrolado do que linha em carretel. Está mais fácil mandar para uma e cair na casa da outra (risos). Aí dá ruim.
Conhecido por pular a cerca em seus relacionamentos — sua ex Swellen Sauer, autora do livro “Nasci para ser traída”, o acusa de tê-la trocado pela atual —, Nego sai pela tangente.
— Tem que ter um equilíbrio. É meu trabalho, não posso fazer nada. Está comendo bem, dormindo bem, a pele está em dia? Então... As fãs fazem parte do meu trabalho. Eu sou do público, não pode ter ciúme — diz ele, que não é adepto da relação aberta: — Comigo é tudo certinho, como tem que ser.
E na hora da paquera, para ele, vale aquela desprezada:
— Gosto de mulher difícil, que me esnoba, que diz “Eu não te quero”. Isso me deixa com mais vontade. Aí eu canto: Sou o Nego do Borel, gatinha, você é linda, seus olhos desse jeito me fascinam, quando você me olhou e e eu te olhei também, imaginei nós dois na cama fazendo neném.
Para falar sobre o estilo de mulher que mais lhe agrada, o cantor novamente responde ao som do batidão:
— Pretinha do cabelo encaracolado, da bunda grande, da coxa grande, que samba, dança pagode, pretinha que tem o bafo de hot dog...
Na trama da Globo, seu personagem é pai de gêmeos. Fora de cena, o funkeiro também sonha com a paternidade — “Tenho vontade, sou filho único”—, mas deixa claro que esses planos não são para agora, embora se considere “carente, louco para para cuidar de um bebê”:
— Estou novo, focado no trabalho para, quando ele vier, a estrutura estar boa. Meu filho vai ter o que eu não tive quando era criança.
Com relação às moças que se aproximam apenas para pegar carona em sua fama, Nego assume que ainda não sabe identificá-las:
— É confuso, não consigo. Hoje, as pessoas atuam muito, encorporam um personagem.
Vaidoso, ele conta que seu maior momento ostentação, até agora, foi quando decidiu tratar os dentes — “Foi caro, mas melhorou bastante. A situação estava precária” — e, para isso, precisou desembolsar mais de R$ 100 mil. Dono de uma coleção de perfumes e adepto da maquiagem diária, o rapaz diz que gosta de ficar cheiroso, cortar o cabelo sempre e manter a casa organizada:
—Não deixo nada sujo — avisa o filho de uma ex-empregada doméstica (ele contratou uma funcionária para ajudar a mãe nas tarefas do lar, e se preocupa com o futuro): — No momento, estou acabando de mobiliar minha casa e fiquei um pouco apertado (financeiramente). Mas, assim que der, eu pretendo guardar dinheiro e investir um pouco.
Proprietário de cinco imóveis, Nego tem como um de seus conselheiros de finanças o craque Neymar, com quem mantém uma amizade a distância:
— Neymar é meio maluco, ele some, aparece, mas tenho muito o que agradecer porque todas as vezes que eu chamo, ele atende. Não sou amigo de infância, eu o conheci no sucesso, mas sempre que peço para gravar um vídeo, ele grava. Me dá conselhos, fala pra eu guardar meu dinheiro, para ajudar minha família, é parceiro. Amo aquele moleque, além de ser meu ídolo.
O cantor só faz questão de enfatizar que a relação com o jogador de futebol não foi construída por interesse.
— Não é para aparecer, para ele me divulgar — garante Nego, que renovou o círculo de amizades com a fama, mas mantém os parceiros de infância do Borel por perto: — Alex e Igor são amigos que me estenderam as mãos quando eu mais precisei, num momento muito complicado da minha vida. Hoje, eu ajudo no que posso. Estou presente.
Na música, ele pensa em firmar novas parcerias e experimentar outros gêneros. Fã de Seu Jorge, sonha gravar com o cantor:
— Acho que ele tem o perfil do Neguinho do Borel, veio de baixo e hoje é um vencedor. Quero fazer uma parceria com o pessoal do sertanejo também.
Como tomou gosto pelas artes, o ex-menino do Borel planeja ampliar seu campo de atuação, no teatro:
— Estou com muita vontade de aprender um pouquinho de cada coisa. Fui convidado para fazer uma peça, mas, como renovei com “Malhação”, deixei para a próxima. Se der para conciliar minha música com novela, teatro, tudo bem.
O cantor só faz questão de enfatizar que a relação com o jogador de futebol não foi construída por interesse.
— Não é para aparecer, para ele me divulgar — garante Nego, que renovou o círculo de amizades com a fama, mas mantém os parceiros de infância do Borel por perto: — Alex e Igor são amigos que me estenderam as mãos quando eu mais precisei, num momento muito complicado da minha vida. Hoje, eu ajudo no que posso. Estou presente.
Na música, ele pensa em firmar novas parcerias e experimentar outros gêneros. Fã de Seu Jorge, sonha gravar com o cantor:
— Acho que ele tem o perfil do Neguinho do Borel, veio de baixo e hoje é um vencedor. Quero fazer uma parceria com o pessoal do sertanejo também.
Como tomou gosto pelas artes, o ex-menino do Borel planeja ampliar seu campo de atuação, no teatro:
— Estou com muita vontade de aprender um pouquinho de cada coisa. Fui convidado para fazer uma peça, mas, como renovei com “Malhação”, deixei para a próxima. Se der para conciliar minha música com novela, teatro, tudo bem.

Comentários